ARTIGOS

IDENTIDADES SONORAS NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA (1964-1985)

Prof. Dr. Marcos Júlio Sergl



A relação entre música e política sempre esteve presente nas manifestações sonoras de nosso país. As opções e acontecimentos políticos repercutem nas obras dos compositores. Estes, por sua vez, tendem a discutir e criticar esses acontecimentos, pela sátira inclusa nas marchinhas carnavalescas, por mensagens subliminares ou até mesmo de forma direta. A partir do período do Estado Novo (1937-1945), a interferência de censores torna-se clara em relação às mensagens contidas nas canções. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) controla, por meio de cooptação e repressão, os ímpetos crítico musicais dos compositores. O período da ditadura militar brasileira é marcado pela censura, repressão e cerceamento à liberdade de expressão. Muitos artistas, diante das violências praticadas contra a crítica na criação artística, se mobilizam em oposição à ditadura, pela criação de canções de protesto velado, inserido nas mensagens subliminares, como na obra de Chico Buarque de Hollanda, ou de forma direta, a exemplo da canção Prá não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Analisamos neste artigo o ambiente musical brasileiro entre 1964 e 1985, pelo viés de olhar dos compositores e da censura e as especificidades de cada movimento musical, que tecem a trama das identidades sonoras nesse momento tão rico e criativo da música popular brasileira.

Leia em PDF