apresentação
Vários artigos vêm provar isso. De Brasília, o ex-embaixador
Rubem Amaral Júnior mostra-nos em seu artigo como as
ilustrações de um livro europeu, Elogia Mariana,
de 1732, influenciaram a pintura emblemática de vários
painéis na Capela do
Capítulo do Convento de São Francisco em Salvador.
De Embu das Artes, Vera Mascarenhas de Campos
apresenta-nos o artista plástico Cássio M’Boy
que foi, juntamente com Anita Malfatti, Tarsila do
Amaral, Cândido Portinari, entre outros, um dos
responsáveis pela divulgação da arte brasileira no
exterior, na primeira metade do século XX, chegando
inclusive a ser, várias vezes, premiado
internacionalmente. Do Rio de Janeiro, Maria do
Socorro F. Carvalho explicita os
procedimentos poéticos contemplados na poesia ao
divino do século XVII em Portugal. Assim, a
partir de alegorias provindas de metáforas
alimentares, demonstra-nos como a Eucaristia era
metaforizada em doces e frutas e como se dava a
regulamentação retórica que sustentava o decoro de
tais ornatos. Antônio Jackson de S. Brandão, de São
Paulo, apresenta-nos o papel desempenhado pela
fotografia desde o final do século XIX e início do
XX, que culminou com a quebra do
perspectivismo albertiano (sec. XVI) e com o total
rompimento da mimese aristotélica, a fim de nos explicar o
conceito de iconofotologia. Solange de
Almeida Grossi, doutoranda da USP, tendo como base o
mesmo período temporal (fins do século XIX e início
do XX), apresenta algumas considerações a respeito da
luta de classes, prefigurada no filme Assassinato em Gosford Park,
do diretor Robert Altman, tendo por base relatos
históricos a respeito da vida doméstica.
São Paulo, 1º de dezembro de 2010.
Conselho Editorial