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HYPERTEXTUAL READYMADES (BREAKING UP WITH SYNTAX, TWISTING UP SEMANTICS!): FROM DUCHAMP TO TAGGING SYSTEMS

 

Marcelo Santos de Moraes

Maria Angélica Souza Ribeiro

Renata Lemos de Morais

 

A lógica hipertextual, orientada pelo raciocínio não-linear, privilegia certo tipo de navegação cartográfica, menos preocupada com mapas e com a representação do que com desvios aleatórios e estados de peregrinação. Os sistemas de tagging, por sua vez, são rótulos livres (Cattuto and Pietronero, 2007), similares a palavras-chave (Steels, 2006; Marlow et al., 2006; Macgregor and McCulloch, 2006; Golder and Huberman, 2005; Smith, 2008, p.20), usados para designar itens de um domínio particular. O readymade, termo cunhado pelo francês Marcel Duchamp, opera equação curiosa e similar: objetos triviais são expostos como arte, ao serem rebatizados. Os sistemas de tagging são, pois, estruturas hipermidiáticas elementares que ligam tags particulares (unidades textutais) a qualquer tipo de dado (textos, música e vídeos, por exemplo). Nosso objetivo, neste artigo, é reconhecer nos readymades de Duchamp sistemas de tagging avant la lettre, que engendram aquilo que nomeamos fraturas simbólicas. Estas fraturas. Responsáveis por provocar certo caos para a linguagem convencional, são analisadas na perspectiva da semiótica peirceana. Assim, um urinol de porcelana deslocado do seu contexto original e nomeado A Fonte propicia a emergência de suturas e finais inauditos. A pesquisa aqui disposta é de orientação arqueológica e tenta desvendar, olhando para as artes, as origens históricas dos sistemas de compartilhamento.

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