Apresentação

 

Prezados amigos!

Estamamos nos despedindo de mais um ano e, como sempre, é o momento em que buscamos nos encontrar com aqueles que amamos: sejam nossos familiares, sejam nossos amigos. Não podemos nos esquecer, porém, de que também precisamos desse tempo para recarregarmos nossas próprias baterias, afinal a jornada ainda continuará em breve.

Neste número de Lumen et Virtus temos o prazer de apresentar o texto da Professora Annateresa Fabris que aborda o filme Monstros (1932), considerado um ataque violento contra os sentimentos e os estômagos do público, e analisa as razões para o fracasso do filme de Tod Browning, a partir da perspectiva da história do monstro.

A Professora Marília Gomes Ghizzi Godoy e a pesquisadora Cássia A. Guimarães abordam as narrativas e imagens retratadas no livro didático Nhandereko Nhemombe’u Tenonderã (Histórias para Contar e Sonhar), criado pelo Centro de Educação e Cultura Indígena Guarani Mbya (CECI) da Prefeitura de São Paulo, (2007). Por meio desse grupo étnico, procuram compreender o mito como uma linguagem fundacional e de recriação de saberes imemoriais que ordena seu imaginário social.

Os professores Jack Brandão e Vanessa da Silva Alves nos apresentam um estudo analítico das linguagens verbal e não verbal presentes nas histórias em quadrinhos (tiras); ao empregar, de modo especial, a personagem Mafalda, criação do cartunista argentino Quino, nos anos 60, com o intuito de verificar a eficiência da união das duas linguagens presentes no gênero.

Seguindo nas trilhas da literatura e da imagem, a professora Eliane de Alcântara Teixeira aborda o romance A rebours, de J.-K. Huysmans, procurando mostrar como o protagonista constrói um mundo artificial, como representação ou extensão dos próprios sentidos, em que cultuará diferentes manifestações artísticas, como a pintura do simbolista Gustave Moreau.

Já o professor Milton Azevedo compara diversas traduções da fala do fidalgo biscainho de Don Quijote de la Mancha, de Cervantes. Tal fala, escrita em dialeto literário, obriga o tradutor a escolher entre a língua padrão e algum dialeto não padrão, real ou inventado, a fim de preservar, pelo menos em parte, aquelas conotações.

Marcelo Reis de Mello investiga a constante tensão entre presença e ausência na poesia de Eucanaã Ferraz, sobretudo a partir do princípio de delicadeza defendido por Roland Barthes no livro O Neutro. Morte e luto são analisados também em textos de Sigmund Freud e Georges Didi-Huberman, por onde é possível reconhecer traços da diaforologia barthesiana, traduzível como uma “ciência das sutilezas”.

Abordando a questão da memória coletiva e da identidade popular, a Professora Maria Auxiliadora Fontana Baseio e o pesquisador Renato Rodrigues Lima discutem as possíveis compatibilidades entre as intenções presentes na criação de datas comemorativas ou de monumentos. Para tanto, apresentam-nos alguns casos que provocaram controvérsias.

Esperamos que todos apreciam sua leitura!

 

 

Saudações acadêmicas!

 

Prof. Dr. Antônio Jackson de Souza Brandão

                    Editor