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IDEOLOGIA E CURRÍCULO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A FUNÇÃO DO PROFESSOR NO ATO DE ENSINAR

 

Dorotéa Bittencourt Dias

 

O objetivo desse artigo e problematizar o debate sobre a “neutralidade escolar” e a sua relação com a desvalorização docente.  Esse tipo de discurso, “escola neutra”, só é possível para quem não tem nenhuma relação, ou mesmo conhecimento do ato de educar, acreditamos que isso ocorre, porque existe uma desvalorização da profissão de professor e uma parcela, considerável, da sociedade relaciona o ato de ensinar a uma tarefa mecânica de transmissão de conteúdos. Sem conhecimento das exigências da prática docente no cotidiano da escola, não percebem que os conteúdos escolares são atravessados por interesses políticos, econômicos e culturais e, por isso, não podem ser neutros. As mudanças que aconteceram nas últimas décadas provocaram a necessidade de alterações na Lei de Diretrizes e Bases-LDB, que orienta e organiza a educação escolar brasileira, o Plano Nacional de Educação-PNE, por exemplo, estabeleceu metas para garantir a todos os brasileiros o acesso e condições de permanência na escola. Esse direito, de acesso e permanência na escola, pode ter influenciado o, crescente, discurso que clama a “neutralidade”, pois formar indivíduos críticos, que tenham condições de questionar a desigualdade econômica e social não interessa a classe dominante ou a quem queira manter o interesse econômico. Nesse artigo pretendemos contribuir para esse debate tão importante e necessário na contemporaneidade.