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A MEMÓRIA CERÂMICA – A HISTÓRIA DO ATELIÊ POR ENTRE DOBRAS DA SUBJETIVIDADE

CERAMIC MEMORY – THE HISTORY OF THE STUDIO AMONG SUBJECTIVITY FOLDS

 

Eliane Righi de Andrade

Acácia Rósea Souza Azevedo

 

Este artigo, que relata parte de uma pesquisa de mestrado situada no âmbito interdisciplinar (POMBO, 2005), buscando a confluência de saberes das áreas de Humanas, tem como intuito abordar a memória cerâmica no que diz respeito às relações entre a história do ateliê e modos de subjetivação.  Nosso interesse deriva do fato de tanto a referida arte como o espaço de trabalho do artista ceramista possuírem poucos – podemos até dizer raros – registros formais academicamente reconhecidos. Além disso, cabe destacar especialmente que a memória integrada (NORA, 1993) desvincula a memória do passado da prática presente e, portanto, desconsidera seus dobramentos, ou seja, a escrita de si, as marcas dos modos de subjetivação do sujeito ceramista. Objetiva-se, em decorrência, refletir sobre o surgimento dos ateliês, descrever e explorar sua influência no campo da cerâmica e seus desdobramentos com/para o artista. Para isso, constrói-se um aporte teórico com base na história (NORA, 1993; WATSON, 2008; GREFFE, 2013), na sociologia (ROSE, 2001; SENNETT, 2008), na arte (MASCELANI, 2009; SALLES, 2011), na filosofia (FOUCAULT, 1986, 1998, 2004, 2008; DELEUZE; GUATTARI, 1995) e na psicanálise (LACAN, 2003). Metodologicamente, por sua natureza descritiva e exploratória (LANKSHEAR; KNOBEL, 2004), busca apoio em textos produzidos sobre a temática desde a década de oitenta aos dias atuais. Pretende-se, com este trabalho, contribuir para os estudos culturais, históricos e artísticos, bem como incitar diálogos inter/multi/transdisciplinares, deixando em evidência que, como uma das linguagens mais antigas, a cerâmica e o seu espaço são parte do sujeito e de sua história. Espera-se, ainda, que este trabalho venha a motivar outros artistas e ceramistas a iniciarem uma relação íntima com a escrita (de si) e, dessa forma, deixarem suas marcas, para além do barro, na história e na contemporaneidade.

     

    

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