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No Brasil, a modernidade de alguma forma é
encarada – e provavelmente sempre tenha sido – como a absorção de
algo que vem de fora, um modelo a ser seguido, cortejado e
admirado. Em vários momentos de nossa história tivemos exemplos
dessa natureza e que foram representativos em nossa formação.
Muitos desses modelos foram absorvidos, copiados, relidos e
adaptados para a nossa realidade. O que é moderno confunde-se, às
vezes, com o ser contemporâneo. A modernidade estética e
arquitetônica entra nessa seara e poucos países do mundo podem
apresentar tantos exemplos dessa simbiose entre modernidade e
arquitetura como no Brasil. A construção de Brasília é um desses
exemplos e significa também a representação do poder moderno, de
orientação nacionalista, com fortes notas desenvolvimentistas ,
síntese e projeção da imagem de um país que ingressou na
modernidade. É justamente a projeção recorrente dessa imagem
moderna, de um país que rompe com o passado e ingressa naquilo que
se considera o futuro, que pretendo conduzir essa reflexão a partir
de referências publicadas na revista Manchete, editada em
razão da inauguração de Brasília e contemporizando com a
revista Veja, comemorativa dos 50 anos de daquela cidade.
Renato de Almeida Vieira e Silva