Apresentação
Prezados amigos!
Nosso quinto número chegou
e com ele a sempre alegria de poder compartilhar com
todos vocês aquilo que nossos colaboradores e
incentivadores têm a nos oferecer. Mais uma vez, e
com grande satisfação, informamos que o número de
artigos vem aumentando sobremaneira, o que faz com
que tenhamos de despender mais tempo para a análise
do valioso material recebido. Enxergamos nisso não
um fardo, mas como se nos dispuséssemos de bateias
em meio ao garimpo: sempre nos deparamos com
preciosas surpresas que nos fazem aumentar a certeza
de que ainda há muito a se mostrar e desvendar,
nesse meio acadêmico em que estamos inseridos.
Dessa forma, vemos que o
empenho e a responsabilidade de nossos pareceristas
tornam-se maiores, apesar da constante falta de
tempo a que todos nós estamos sujeitos: tudo é para
ontem, mesmo que ainda estejamos no anteontem: a
facilidade do mundo digital inseriu-nos em outra
escravidão: a da velocidade sem limites e a da
crença de que tudo é possível com um mero teclar!
Diante deste mar virtual em
que passamos várias horas de nossos dias,
verificamos que houve um aumento considerável de
canais que dizem divulgar informações e cultura: o
que seria muito salutar, porém... Aquilo que nos
preocupa é a certeza de que, em meio ao trigo sempre
há o joio, e isso equivale dizer que há muita
informação não informando, há muita imagem
transmitida que não é o que se afirma, mas que induz
a pseudoverdades, ou ao dito pelo não dito...
Isso pode ser preocupante,
afinal vemos um constante incremento de pessoas que
têm acesso à web pela primeira vez e que se
deslumbram com todas suas possibilidades.
Infelizmente, são justamente essas as propensas a
acreditar em tudo o que leem como verdade inconteste,
como algo sempre digno de crédito e de nota. Esses
ainda não conseguem enxergar que aquilo que chamamos
de imagem não passa de um simulacro do mundo; da
mesma forma que as palavras, ao transmitirem nossa
percepção das coisas, não passam de tentativas,
muitas vezes, frustradas.
Assim, em meio à
pluralidade e inseridos no campo da imagem, teremos
artigos que discutirão como o novo e o antigo fundem-se
na construção de uma nossa visão. Isso fica claro,
por exemplo, na construção de uma autoimagem
que os participantes de chats na internet
fazem de si mesmos; ou, por que não, como um pintor
moderno como Cândido Portinari leu e traduziu, a
partir de sua leitura de Dom Quixote de La Mancha
de Cervantes, em desenhos uma obra-prima quatro
séculos. Veremos, também, a relação entre cinema e
imaginário, a partir de dois filmes de Charles
Chaplin – Tempos Modernos (1936) e O
Grande Ditador (1941) – que tratarão de grandes
problemas que afligiam o homem na primeira metade do
século passado.
Inseridos no campo
artístico e buscando vários conceitos de arte, ditos
imagéticas, temos a do arabesco e da caligrafia
islâmicas, como compositoras do místico e do sagrado
representado pelo Corão. Abordando outro exemplo de
simbiose artística, quando arte e arquitetura
amalgamam-se, temos a construção de Brasília, cuja
representação possui cunhos de orientação
nacionalista, com fortes notas desenvolvimentistas,
síntese e projeção da imagem de um país que
ingressou na modernidade.
No campo literário,
teremos uma abordagem sobre a obra ensaística do
escritor argentino Julio Cortázar, que serviu como
subsídio para sua própria produção literária. Há
ainda um mapeamento dos estudos e da análise da obra
literária de Shirley Jackson, importante escritora
norte-americana do século XX. Além de algumas
reflexões sobre possíveis contribuições da
literatura brasileira na construção representativa
dos ciganos no Brasil.
Por fim, abordaremos a
questão das práticas docentes e da relação tensa
entre a educação escolar, a iconografia e a história,
quando se buscará discutir a problemática a cerca de
um referencial teórico capaz de envolver essas três
linhas de pesquisa. Além dessa especificidade
teórica e prática ao historiador, teremos uma
literária, em que se abordará a possibilidade do
emprego de livros ditos comerciais, como material
paradidático a ser empregado na escola como um
start para a leitura de obras conhecidas como
clássicos. Para isso, vários aspectos da obra
Harry Potter e a pedra filosofal serão
analisados, a fim de se ter uma resposta a tal
indagação.
Bom, como sempre, desejo
a todos uma ótima leitura e espero sempre poder
contar com a preciosa colaboração de todos!
Grande abraço,
Prof. Dr. Antônio Jackson
de Souza Brandão
Editor
da Lumen et Virtus