Apresentação
Prezados amigos!
A Lumen et Virtus está,
cada vez mais, consolidando-se como um veículo de referência
cultural, científico e interdisciplinar, cujo fio permeador
– não o único evidente – é a imagem e sua relação com o
conhecimento humano em suas várias facetas. Já rompemos,
inclusive, as barreiras da terra brasiliensis,
conforme demonstra o constante acesso a seu acervo por
estudantes, professores e pesquisadores de outros países que
veem, em nossa publicação, confiabilidade e acuidade
científica.
Dessa maneira, a Lumen et
Virtus vê sua proposta original concretizar-se, visto
que esta se tornou um canal de mão dupla: ao mesmo tempo que
possibilita a divulgação dos resultados de pesquisas, muitos
dos quais originais, proporciona seu acesso àqueles que
estão em busca das mesmas.
Congregou-se, neste número, uma
plêiade de professores e pesquisadores que expuseram temas
vários e com uma visão interdisciplinar do conhecimento
humano. Tema abordado, por exemplo, pela historiadora Alzira
de Arruda Campos (Unisa), que demonstrará a
importância dessa questão e sua evolução no pensamento científico
do mundo Ocidental.
O professor Sérgio Vicente Motta
(Unesp) abordará a relação entre a literatura e a pintura,
por meio da comparação de um poema de Oswald de Andrade –
Longo da linha – e uma tela de Tarsila do Amaral –
Palmeiras –, ambos pertencentes à fase Pau-Brasil
do movimento modernista brasileiro. Por sua vez, o professor
Álvaro Cardoso Gomes (USP/Unisa) trabalhará com a questão do
conceito de ekphrasis na obra de Péricles
Prade, ao demonstrar como o autor descreve quadros, fotos e
filmes, com a finalidade de criar um diálogo
interdisciplinar entre a Literatura e as Artes Plásticas.
Ainda na linha imagético-literária, a professora Nery Reiner
(Unisa) prossegue seu estudo sobre a obra do poeta
brasileiro Manoel de Barros, em cuja poesia há uma forte
incidência de poemas metalinguísticos. A professora
Eliane de Alcântara Teixeira (UNIBR), por sua vez, abordará
a estética do feio na poesia em prosa de Cruz e Sousa, em
seu livro Missal (1893), explanando como o poeta
concebeu um novo conceito de beleza, como forma de provocar
um efeito de dissonância e estranhamento no leitor, por meio
do grotesco.
Na dramaturgia, a pesquisadora
Lara Moler (USP), demonstra-nos como a obra de Tennessee
Wlliams tem sido, tradicionalmente, apreciada pela crítica a
partir da perspectiva do chamado realismo psicológico. A
partir disso, a mesma analisará alguns aspectos presentes
nas imagens em O matadouro municipal, peça em um ato
escrita, presumivelmente, entre 1960 e 1970.
O professor Marcos Soares (USP)
trará uma análise do filme Annie Hall do
cineasta Woody Allen, ao demonstrar que o texto fílmico tanto
é uma resposta à ascensão da Nova-direita, a partir do
governo Nixon, como uma elaboração de estratégias de
sobrevivência num contexto de censura à tradição da comédia
política surgida na década anterior.
O maestro e pesquisador Marcos
Sergl (Unisa) mostrará como a relação entre música e
política sempre esteve presente nas manifestações sonoras de
nosso país e como as opções e acontecimentos políticos
repercutem na obra de seus compositores. Seu recorte
temático será o ambiente musical brasileiro entre 1964 e
1985, não só pelo viés do olhar dos compositores como também
da censura.
Quanto ao papel da fotografia em
relação às artes plásticas, a partir do século XIX, o
pesquisador Marcos Fabris (USP), demonstra como o pintor
francês Gustave Courbet, fez emprego de procedimentos
tipicamente fotográficos que contribuíram para a implosão do
conceito tradicional de pintura prescrito pelos ditames da
pintura acadêmica.
Já a relação texto-imagem, bem
como as funções assumidas pela descrição de obras de arte no
conto O Modelo de Pickman (1926) do escritor
estadunidense H. P. Lovecraft, será objeto de análise do
professor André Soares Vieira (UFSM) e do pesquisador
Angiuli Copetti de Aguiar (UFSM).
Por fim, ainda no campo imagético,
temos o arqueólogo Vagner Porto (Unisa), cujo trabalho
discorrerá sobre a análise da iconografia numismática da
Judeia, mais especificamente as de Jerusalém, abarcando um
período compreendido entre a dominação persa até a conquista da
região pelos romanos.
Como vimos, há muito que se ler,
por isso desejamos uma ótima leitura a todos!
Saudações acadêmicas,
Prof. Dr. Antônio Jackson de
Souza Brandão
Editor