o artista com a palavra: seção de entrevistas
As inquietações humanas transformadas em Arte
Por meio da pintura, o artista visual Susano Correia consegue retratar a profundidade dos sentimentos humanos, levando-nos a uma verdadeira viagem pelo nosso eu interior
Mariana da Cruz Mascarenhas
Todos os dias somos bombardeados, incessantemente, por uma infinidade de imagens que nos cercam por todos os lados. Com a popularização das mídias sociais, esse bombardeamento se elevou, exponencialmente, a ponto de nos deixar inertes, diante desse excesso imagético. Redes como o Facebook e o Instagram, por exemplo, exibem, a todo o momento, fotografias de pessoas, aparentemente felizes, ao lado de seus amigos, parentes, namorados e afins. Tais redes parecem propagar uma felicidade infinita, oriunda de um mundo desprovido de problemas. Mas, será que essas imagens podem ser consideradas um retrato fiel da realidade? Certamente, não. Trata-se, aqui, de construções imagéticas destinadas a exibir uma felicidade virtual que, sequer existe, muitas vezes, na vida real. O que acontece é que, diante de tantos sorrisos publicados na rede, quem ousaria postar algo de suas inquietações e de seus problemas? Pois foram estes temas os responsáveis pela popularização do artista visual Susano Correia, especialmente nas redes. Correia começou a utilizar, justamente, o Facebook para postar seus trabalhos artísticos. Neles, ele utiliza a Arte para expressar aquilo que muitos procuram ocultar, especialmente nas redes: as inquietações humanas, como nossos medos, angústias e tristezas. O artista acreditar ser a identificação com esses sentimentos, o fator responsável pelo seu sucesso. Afinal, é impossível não nos inquietarmos diante de suas gravuras e pinturas, as quais fazem um verdadeiro convite a viajarmos para um lugar, que, muitas vezes, tememos: o nosso eu interior. Na entrevista a seguir, Correia conta um pouco de sua trajetória artística, como resolveu se dedicar à pintura de uma temática tão específica e profunda e o quão importante ela é para a nossa sociedade.
